O FC Porto deu mais um passo seguro na caminhada rumo aos oitavos de final da Liga dos Campeões. Em Haifa, foi quase sempre mais lúcido do que um Maccabi que quis e conseguiu mostrar mais do que tinha mostrado no Porto, mas que revelou menos atributos qualitativos, frente a um dragão mais seguro e capaz. Tello e André André marcaram e brilharam, Layún fez o outro. O FC Porto era favorito e demonstrou-o uma vez mais.
Golo e desperdício
Evandro titular
O médio brasileiro foi a grande surpresa de Lopetegui no onze inicial, ficando Imbula no banco. André André foi para uma linha, Tello caiu na outra.
Os primeiros dez minutos foram enganadores. Talvez tenham sido surpreendentes para o FC Porto, pela forma como o Maccabi se apresentou pressionante e crente. Talvez tenham sido para Lopetegui, que pedia uma posse controlada num relvado de vidro, que ameaçava esburacar-se rapidamente. Talvez tenham sido para quem via a partida e poderia achar que, afinal, os israelitas podiam mesmo dar muito trabalho.
Tudo isso foi enganador, porque apenas nesse período houve equilíbrio. Depois, os dragões perceberam que era o lado esquerdo da sua defesa que o adversário procurava explorar, perceberam que as mudanças de ritmo na zona central baralhavam o Maccabi e perceberam que a defesa contrária é demasiado macia para as exigências de uma Liga dos Campeões.
Verdade que Casillas teve que fazer uma grande defesa ao quarto de hora, mas não menos verdade que, ao intervalo, o 0x1 era curto. Tello fez aquilo que Aboubakar, mais do que uma vez (uma delas escandalosa), não conseguiu.
Justo acumular
Só era preciso um pouco de gestão para apagar o pouco fogo que os israelitas ainda tinham (acalentado pela dupla substituição ao intervalo) e depois dar o toque final no marcador.
FC Porto noutra roupagem
O FC Porto viu-se, várias vezes, a jogar na expectativa e a sair em transição rápida. Uma tarefa que só não correu melhor porque o estado do relvado era realmente mau.
André André encarregou-se disso, fazendo brilhar a sua cabeça rapada no confronto com o couro da bola. Com o 0x2, era mesmo apenas uma questão de não adormecer. Isso aconteceu por Casillas, numa reposição de bola, mas o espanhol acordou no imediato com uma grande defesa e o alarme soou na cabeça de toda a equipa.
A segunda parte até foi mais difícil no sentido de segurar o ímpeto do adversário contrário, mas também criou mais espaços para a transição. Foi um FC Porto menos normal, sem tanta posse, mas igualmente capaz de ficar por cima, no jogo e no marcador.
Layún fechou as dúvidas que nem o penálti (inexistente) de Zahavi colocaram em causa. O FC Porto é líder e está praticamente apurado.