Prudente no discurso e sem fazer contas a longo prazo, Miguel Layún falou sobre o seu momento. Emprestado pelo Watford aos dragões, o mexicano assumiu-se como o natural dono da lateral esquerda, onde tem cumprido.
Apesar de ter ficado no banco contra o Chelsea, tal não deverá significar uma alteração neste setor. Martins Indi cumpriu (e bem) o seu papel, só que foi utilizado tendo em conta as características de um adversário forte como é a turma de Mourinho. Layún acabou por também ser opção, mas para o lado direito do ataque, mostrando uma das suas boas características: a polivalência.
qQuando recebi o convite aceitei porque tinha o sonho de jogar a Champions e agora estou a viver esse sonho
«Lopetegui pediu-me para, quando não tivéssemos a bola, dar equilíbrio à equipa por aquele lado, dando ajuda à defesa e para quando tivesse espaço procurar atacar e aproveitar a velocidade para criar perigo. Para mim, isso é muito interessante, porque gosto de procurar a baliza», declarou, no final de um jogo que resultou num primeiro lugar partilhado e numa dependência própria para passar o grupo.
Ainda por cima contra um Chelsea, o tónico fica dado para o que aí vem: «Uma vitória contra um adversário destes refresca a confiança, sublinha as qualidades que a equipa tem e espero que isto sirva de motivação para vencermos no domingo o Belenenses, que nos permitirão caminhar na frente na Liga».
Futuro é para resolver... no futuro
Estando emprestado, o lateral sabe que ainda vive perante alguma incerteza. Subiu com o Watford e, admite, «queria jogar na Premier League». A proposta do FC Porto não era esperada pelo atleta, mas este decidiu aceitar, apesar de Quique Flores (técnico da equipa britânica) o ter tentado demover da ideia.
«Ele falou comigo e foi complicado. Ele é um grande treinador e uma grande pessoa. Estou a gostar de estar no FC Porto, mas não sei se é uma mudança definitiva. Vamos ver. Se tiver de voltar, também será bom».
Layún contra o amigo Jiménez ©Vítor Parente
O mexicano é, esta época, uma das novidades daquele país no futebol português. Uma tendência migratória que parece estar a crescer e que o próprio atribui ao «estilo parecido» entre o futebol que se pratica em cada um dos países.
Consigo tem, no FC Porto, Herrera e Corona (mais Diego Reyes, emprestado à Real Sociedad). No rival Benfica há Raúl Jiménez. Um amigo.
«Dou-me muito bem com ele. No geral, os mexicanos são mesmo assim. Estive com ele no América e por isso temos uma ligação mais próxima e fico satisfeito por as coisas lhe estarem a correr bem», contou-nos.