Provavelmente, é o carisma que o transporta para os níveis que hoje representa. David Luiz não é o central perfeito; ouve mais o coração do que as regras do jogo - «é um defesa com pensamento de avançado», contaram certo dia sobre ele. Mas é querido por onde passa, porque para lá do jogo tem o tal carisma; liga-se às bancadas e ao coração dos adeptos como poucos.
Na noite de domingo, no Principado do Mónaco, o internacional brasileiro atingiu uma marca redonda ao serviço do Paris Saint-Germain: o jogo 50. E logo com um triunfo bonito; e importante. 0x3 em casa de um rival direto. David Luiz foi titular e jogou os 90 minutos.
A meia centena de jogos pelos tricampeões de França não são apenas isso. São a confirmação do talento, independentemente das falhas. Quando saiu do Chelsea, em 2014, David Luiz saiu pela porta pequena. José Mourinho indicou-lhe a saída e, em privado, explicou-lhe porquê; as falhas, o coração 'quente', a falta de rigor tático que o Special One tanto aprecia.
No verão houve aquele Mundial. E David Luiz foi um dos sacrificados. Chegou a Paris envolto em escuridão, mas um ano depois tudo é diferente. Indiscutível na equipa de Laurent Blanc, eis que chegou o jogo 50, já depois do título francês - e de outros. Continua a não ser prefeito, mas quem pode julgar quem joga com o coração?