O Benfica esteve à beira de entrar na pausa das seleções com novo dissabor. A equipa de Rui Vitória esteve a perder até ao último quarto de hora, altura em que virou o jogo. O Moreirense ainda empatou, num lance irregular, mas as águias chegariam à vitória com a segunda assistência de Gaitán (como lateral esquerdo) e o pé certeiro de Jonas.
Contra golpe
Victor Andrade novidade
Em relação à partida contra o Arouca, Ola John saiu do onze e o jovem brasileiro foi a jogo. Menos alterações que o Moreirense, que mexeu seis peças.
Se, no desenho tático, este Benfica se apresenta semelhante ao da época passada, no fio de jogo as diferenças são consideráveis para a versão de Jorge Jesus. A posse é maior, a circulação entre faixas também, mas o ritmo e a velocidade impostas são bem menores. Se Jesus era imprevisibilidade na transição, Vitória é ponderação e tentativa de segurança na circulação.
Claro que, no primeiro tempo, o filme poderia ser outro se Victor Andrade, Gaitán e Jonas tivessem concretizado as melhores oportunidades, que saíram ao lado da baliza de Stefanovic. Mas tal não aconteceu e, com o passar do tempo, o Moreirense foi conseguindo estancar as veias laterais da águia.
Rafael Martins marcou na estreia ©Carlos Alberto Costa
Gaitán e Victor Andrade iam dando a cara à equipa, mas revelavam-se insuficientes. Pelo meio, o jogo não fluía, pelas linhas, tornava-se inconsequente, com boas coberturas defensivas por parte de Palhinha e Filipe Gonçalves e com cruzamentos mal medidos para um Mitroglou que foi sempre presa fácil.
Em suma, um primeiro tempo de um Benfica dominador na posse, mas pouco inteligente e veloz na procura dos espaços no último terço do terreno. O bloco baixo do Moreirense funcionava e o contra golpe também. Rafael Martins, num excelente lance, conseguiu aproveitar a única oportunidade dos visitantes, que foram pacientes na hora de defender e eficazes na altura de finalizar.
Ansiedade, calor, gelo e... Jonas!
Dupla substituição ao intervalo
Rui Vitória deixou Victor Andrade e Pizzi no balneário e trouxe a jogo Gonçalo Guedes e Talisca. Porém, essas mudanças não trouxeram grandes resultados imediatos.
Para o segundo tempo, Rui Vitória trouxe duas novidades, mas nem por isso uma equipa mais lavada nas ideias. O Moreirense continuou com a equipa em bloco e serena na abordagem ao jogo. Quando o Benfica acelerava, ou o assunto era resolvido de forma pragmática, ou o ritmo de jogo era abrandado com alguma paragem - foram muitos os jogadores no chão a pedir assistência.
No fundo, o Benfica deu mais 20 minutos de avanço ao adversário e só com as substituições o figurino se alterou. Primeiro, do lado do Moreirense, depois por Rui Vitória, que guardou Raúl Jiménez até aos 73 minutos para o lançar com efeitos imediatos, numa fase em que as águias intensificavam finalmente o jogo e já depois de Mitroglou ter visto Stefanovic desviar para a trave um excelente cabeceamento.
Jiménez cabeceou para o 1x1 ©Carlos Alberto Costa
Não foi aí, ao minuto 67, foi depois, aos 75, pelo próprio Jiménez, num lance que se pode considerar ter saído do banco, onde Rui Vitória ordenou o recuo de Gaitán para lateral esquerdo, ele que tiraria um excelente cruzamento para o número 9 se estrear a marcar. A galvanização da nação encarnada teve, logo no momento seguinte, um acrescento de alegria com o tiro certeiro de Samaris.
Era a sensação de que a reviravolta estava confirmada e de que o alívio podia finalmente tomar de assalto a alma dos adeptos. Nada mais errado. Cardozo, depois de entrar, empatou naquela que foi a segunda oportunidade da equipa de Miguel Leal, e trouxe novamente tensão à Luz.
Só que era da esquerda que vinha o melhor selo de qualidade. Gaitán, outra vez ele, voltou a usar do seu excelente pé esquerdo para colocar a bola em Jonas que, à terceira, finalmente acertou na rede.