Com muito sofrimento, algum desnecessário, mas muita justiça, o Belenenses carimbou a passagem para a fase de grupos da Liga Europa, juntando-se a Sporting e SC Braga. Num jogo com vários momentos distintos, o jogo não foi muito bem jogado, mas teve emoção, tensão e Ventura em bom plano, a segurar a vantagem conseguida na primeira-mão na Áustria.
Cautelas mútuas
Abel Camará foi a surpresa
Carlos Martins continua lesionado e Tiago Silva não tinha estado muito bem em Guimarães, pelo que Sá Pinto optou por lançar Camará, com Miguel Rosa a passar para o meio.
A primeira parte foi de domínio do Belenenses na posse de bola e repartida nas ocasiões, se bem que com a maior a pertencer ao conjunto português, numa bola ao ferro atirada por Rúben Pinto, à passagem da meia hora. Nessa altura, já se assistia a um Belenenses mais sereno e confiante do que aquele que entrou em campo, nitidamente ansioso e algo precipitado.
Acarinhados por um público crescente e entusiástico, a equipa portuguesa esteve em crescendo ao longo desse período e só não arranjou antídoto para Ngwat-Mahop, o melhor dos austríacos, de longe.
Jogo teve momentos de muitos nervos ©Carlos Alberto Costa
Mesmo assim, mesmo com André Geraldes com muito trabalho e algumas dificuldades, a turma azul ia para o intervalo em vantagem na eliminatória e a manter o bom registo defensivo na prova, contando ainda com um Ventura inspirado e acertado nas abordagens aos lances.
Confirmação tremida
No segundo tempo, o Belenenses voltou a não estar encolhido. Mesmo com uma solução (Camará) longe de ser totalmente bem conseguida - Carlos Martins fez falta - a turma lusa não se encolheu com o tempo. Pretendeu e conseguiu, na maior parte das vezes, manter a bola longe da sua baliza.
Ao mesmo tempo, continuava a tentar fechar as contas da eliminatória, alvejando várias vezes a baliza de Lukse, que se revelava igualmente seguro entre os postes. Miguel Rosa não se escondia da responsabilidade e era o maior impulsionador do futebol ofensivo da equipa, que atacava preferencialmente pela esquerda, mesmo tendo Sturgeon muito ativo no flanco contrário.
Central por avançado
Para os últimos minutos, Sá Pinto tirou Tiago Caeiro e meteu o defesa João Afonso.
O Altach, diga-se, mostrava bem mais qualidade do que o que se tinha visto há oito dias. Em todo o caso, a sensação que sempre deu foi que não teria tanta como a do Belenenses, que soube sofrer nos últimos minutos (e ter sorte) para assegurar a ida à fase de grupos.