Carlos Martins é o nome do momento. O internacional português, muito experimentado nestas andanças, foi o destaque do Belenenses no regresso às competições europeias, com dois golos, recuperando a melhor forma que o notabilizou no futebol e recusando qualquer ideia de que estivesse acabado. Nos dois golos, gritou o nome do filho Gustavo. Numa noite de grande categoria da equipa portuguesa, apenas ficou o amargo na boca por causa do golo do IFK Goteborg, que deixa a eliminatória em aberto para a segunda-mão.
Dois Martin(i)s para aperitivo
100 por cento português
11 titulares, sete suplentes, um treinador... todos portugueses. Tem sido cada vez mais habitual na equipa do Belenenses.
Grande primeira parte do Belenenses! O adversário vinha com mais rotinas, mais andamento, mais ritmo de jogo, mas isso não se notou, claramente. Apoiados por um estádio que, longe de apresentar uma casa à altura de uma competição europeia, cantou por muitos mais, os jogadores de Sá Pinto galvanizaram-se para uma bela partida.
Com dois médios de características mais defensivas (Rúben Pinto e André Sousa), a equipa libertava Carlos Martins para fazer de playmaker. Vagueando ora pelo meio, ora no apoio a uma das faixas, o médio foi a grande chave da superioridade azul, recuperando a sua melhor face com dois golaços de meia distância.
O Goteborg pareceu sempre algo amorfo. A equipa sueca tentou manter a segurança defensiva, só que foi muito inconsequente no ataque. Além disso, pareceu muito presa de movimentos, pelo que sempre que o Belenenses imprimia velocidade pelos flancos (Miguel Rosa e Sturgeon muito ativos e bem apoiados pelos laterais) existiam desequilíbrios.
Provavelmente, Sá Pinto ficaria radiante se, antes do jogo, lhe dissessem que estaria a ganhar por 2x0 ao intervalo. Depois do que se viu na primeira parte, isso não foi mais do que um resultado normal.
Difícil de digerir
Se o primeiro tempo teve mais Belenenses, o segundo não foi diferente. Já com menos gás do que no arranque e perante um conjunto sueco que soube corrigir os desequilíbrios nas laterais, os azuis não conseguiram causar a mesma surpresa, ainda que tenham andado quase sempre mais perto da baliza contrária do que o inverso.
Sá Pinto tem a sua equipa em vantagem ©Catarina Morais
Por isso, foi estranho e com sabor a fel o golo do Goteborg, perto da hora de jogo, logo depois de a equipa de Sá Pinto estar muito perto de fazer o terceiro.
O Belenenses conseguiu reagir e voltou a estar perto do golo, só que os suecos foram mais pragmáticos. Não jogaram melhor, não quiseram mais do que o 2x1, mas conseguiram levar a eliminatória em aberto para o seu estádio.
Ainda assim, ficaram excelentes indicações dadas pelo conjunto português, mostrando claros atributos capazes de levar a equipa à próxima eliminatória da competição europeia.