O Vitória de Guimarães regressa da Áustria com todas as possibilidade de seguir em frente no apuramento para a fase de grupos da Liga Europa. Apesar da derrota por 2x1, os minhotos têm agora a vantagem de jogar a segunda mão em casa e em condições normais deverão ser os comandados de Armando Evangelista a seguir em frente.
Isto porque os vimaranenses mostraram ter mais argumentos que o Altach e a jogar em casa espera-se que a exibição seja melhor do que aquela produzida em solo austríaco. Mas o futebol é também feito de momentos e os minhotos que o digam, pois passaram por dificuldades - que na próxima semana devem ser evitadas - especialmente no início da segunda parte, altura em que as contas ficaram mais complicadas. As entradas de Tozé e depois de Henrique mexeram (para melhor) com o jogo dos minhotos e foram fundamentais para o relançamento da eliminatória.
Entrada forte das duas equipas, com ambas a criarem situações de perigo junto das balizas. Primeiro, Douglas teve que realizar uma grande defesa para negar o golo aos austríacos e na resposta foi Cafú quem arriscou o remate de longe e enviou a bola à barra. Os primeiros minutos foram frenéticos e podiam ter mexido com o resultado, mas aos poucos o ritmo foi baixando (muitas pausas por entradas mais duras dos jogadores da casa), com o Vitória de Guimarães a ter mais posse de bola que o adversário.
O Altach, naquele que foi o seu jogo de estreia nas provas europeias, desde o princípio que se preocupou primeiramente com os processos defensivos, procurando depois partir para o ataque através de passes longos que pudessem surpreender a defesa vimaranense. Além disso, os austríacos aproveitavam os lances de bola parada para criarem algum pânico nos portugueses e foi num lance desses, mais concretamente na sequência de um canto, que chegaram à vantagem aos 24 minutos, com Louis Ngwat-Mahop a cabecear sem grande oposição ao segundo poste da baliza de Douglas, onde não estava ninguém dos minhotos.
Apesar de estar em desvantagem, a equipa orientada por Armando Evangelista reagiu bem. Novamente com mais posse de bola, o Vitória de Guimarães, claramente com jogadores mais evoluídos tecnicamente que o adversário, instalou-se no meio campo contrário, mas pecou ao não conseguir criar situações de finalização. Na verdade, foram poucas as vezes em que o guarda-redes do Altach foi posto verdadeiramente à prova.
A forma como a primeira parte terminou dava a entender que o Vitória de Guimarães tinha boas possibilidades para no segundo tempo chegar ao empate e, eventualmente, até chegar ao triunfo. Mas as contas saíram totalmente furadas porque o Altach entrou...a marcar. Num lance em que João Afonso não ficou isento de culpas (pela forma como falhou o corte e de seguida como cometeu falta dentro da área), os austríacos beneficiaram de uma grande penalidade e apontaram o 2x0, por intermédio de Hannes Aigner.
Estavam decorridos apenas dois minutos da etapa complementar e o golo claramente mexeu com os jogadores minhotos. Ao contrário do que aconteceu aquando do primeiro golo, os comandados de Armando Evangelista não tiveram reação imediata e até podiam, pouco depois, ter ficado a perder por 3x0, mas o lance, que surgiu na sequência de um livre, foi (bem) invalidado pela equipa de arbitragem. Mas mais uma vez, ficaram à vista as dificuldades dos portugueses a defender nos lances de bola parada.
O técnico dos vimaranenses procurou dar maior capacidade ofensiva, ao tirar Montoya para introduzir Tozé no jogo e a aposta foi ganha, embora não no imediato. O médio português entrou aos 51 minutos mas essa era uma altura em que o Altach controlava o jogo e parecia estar fisicamente melhor, o que na prática fazia com que o Vitória de Guimarães não existisse ofensivamente. Porém, aos 71 minutos, após uma boa combinação com Alex, Tozé entrou na área e rematou cruzado, reduzindo a diferença no marcador.
Um golo importante que pode fazer a diferença no final da eliminatória e que permitiu aos minhotos, até final do encontro, voltar a subir um pouco no terreno, impedir os austríacos de se aproximarem com perigo da sua área e assim manterem totalmente em aberto a eliminatória. O resultado até podia ter sido melhor, mas Andreas Lukse, com uma grande defesa aos 87 minutos, impediu o golo de cabeça de Henrique.