Ainda não voltou para Inglaterra (tem a final do Jamor), mas o futebol português já começa a lamentar a sua saída. Claramente um valor acrescentado ao futebol à beira-mar plantado e que, quando está ligado à ficha, é um regalo para a vista. Fez o golo da vitória do Sporting nos Arcos e garantiu um fecho em beleza dos leões no campeonato.
Vento, sol e bancos vazios
Numa tarde com bastante sol, foram poucos os adeptos que se deslocaram ao estádio de Vila do Conde para assistir a um desafio que contou com vento considerável. Na primeira parte, a favor da equipa da casa.
Parecia férias... só para os golos
O arranque de jogo foi algo assustador para quem assistia. Sem grande coisa em jogo, as duas equipas pareceram entrar sem grande fibra para o relvado e a demonstrarem alguma apatia, pelo que se começou por achar que a partida não teria interesse.
Só que isso foi, felizmente, um engano momentâneo. 15 minutos de adaptação a um jogo com características especiais (vento forte e sol a meia altura), nos quais o Sporting mandou, mas sem perigo. E um remate no marasmo que, no fundo, foi o despertador que o jogo precisava. Falamos do lance de Diego Lopes, que tirou Rosell do caminho e que atirou ao poste mais distante.
Slimani foi tentando ©Rogério Ferreira
Leão acordado e a perceber que havia um jogo para ganhar. Além disso, havia também serviço para mostrar, por parte dos que não se podem gabar de terem o estatuto de titular. Desafio aceite: por André Martins, que assumiu a condução do jogo, por Jonathan Silva, que se envolveu muito bem nos momentos ofensivos, por Rosell, que percebeu finalmente que é com uma ou duas mudanças acima na intensidade que se atua naquela posição.
Só que os leões não estavam a jogar sozinhos. Contra um Rio Ave matreiro e conhecedor exímio das características que o seu palco possui, a equipa de Marco Silva apanhou valentes sustos, nomeadamente quando Bressan puxou um livre lateral que foi caprichosamente ao ferro e quando Marvin se isolou. Boeck, aí, deu também sinal de que conta.
A batuta era, pois claro, de Nani. Incansável na procura do desequilíbrio, frustrado quando não era acompanhado nem compreendido, o internacional português remava na procura de uma despedida em beleza do campeonato. E, desta vez, tinha a companhia de Slimani, o avançado mais indicado para o 4x3x3 deste Sporting.
Incapacidade de reação
Ao golo de Nani, faltou clarividência ao Rio Ave para reagir. O Sporting nunca teve em risco o controlo do jogo.
O golo e a segurança
O arranque da segunda parte trouxe o golo da vitória dos leões. Jonathan, numa das tais incursões pela esquerda, encontrou não a cabeça de Slimani (que esteve desacertada), mas a de Nani, que soube onde colocar o esférico e bater um Ederson que teimava em ser, até aí, o homem do jogo.
Ederson foi enorme na baliza ©Rogério Ferreira
Reação do Rio Ave de pronto, mas fugaz. Não só porque o vento remava, agora, contra o sentido dos vilacondenses, mas também porque as substituições vieram quebrar o ritmo de jogo.
Um ritmo que, diga-se, nunca foi realmente mantido pelo Rio Ave, a demonstrar um desacompanhamento do corpo com aquilo que a mente ainda queria. É a equipa que mais jogos fez em 2014/2015 e isso ficou visível.
Aproveitou o Sporting para controlar o desafio e ainda tentar o segundo, que Ederson se esforçou por não sofrer. O brasileiro, que deve estar de malas feitas para a Luz, foi quem menos mereceu perder, só que não conseguiu transmitir a qualidade apresentada para os colegas da frente. Festejou o Sporting, de forma justa.