Poklepović tem 76 anos e continua a treinar na 1.ª Liga

Tem 76 anos mas ainda acredita que não é tempo de dar lugar a uma reforma pacata e tranquila. Stanko Poklepović assumiu o comando técnico do HNK Hajduk Split e é o treinador mais velho numa primeira divisão da Europa.

«A minha idade é um facto, mas qual é o problema?», questionou o antigo selecionador de Croácia e Irão ao sítio oficial da UEFA. «Vejam o fantástico Ćiro [Miroslav Blažević] – é um deus do futebol. É preciso que os jovens aprendam com os mais velhos. Porém, também tenho consciência das tendências emergentes. Vejo tudo. O último Mundial ensinou-me coisas novas», afirmou o técnico septuagenário cuja sua história se vai confundindo com a do Hajduk Split, emblema que representa pela quarta vez.

Poklepović não consegue terminar a sua carreira e colocar de lado o mundo da bola. Isto foi o que fez toda a vida. Sempre andou pelos corredores do futebol, com um ou outro interregno, mas depressa voltou ao "vício". Este croata é um treinador que exige dos seus jogadores «cavalheirismo, comportamento civilizado e cultura futebolística» e não faz muito cara de espanto por estar outra vez no Hajduk Split pois, como ele diz, «é como se nunca tivesse deixado o clube».

Olhando para o que era o futebol nos primeiros tempos em que começou a treinar e o que é agora, Poklepović assume que «antigamente o futebol era disputado com táticas mais ofensivas». «Hoje vemos muitos jogadores concentrados num espaço pequeno e o futebol é jogado a grande velocidade. É necessário ser rápido e preciso, caso contrário nada feito», sustentou o técnico de 76 anos.

O Hajduk Split, emblemático clube da antiga Jugoslávia e atualmente a competir na Liga croata, está no terceiro lugar da tabela com 36 pontos, a 23 da liderança que é do Dinamo Zagreb e, no fundo, a missão de Poklepović é devolver o clube às grandes tardes/noites de glória. Nada melhor que um homem da casa, por certo pensaram os responsáveis do Hajduk Split. Afinal, e como diz o adágio popular, os "70 são os novos 30" e este septuagenário continua a sonhar como no primeiro dia em que viu uma bola.