Com uma exibição bastante personalizada, o FC Porto mostrou a sua superioridade sobre o Athletic Bilbao desde o primeiro ao último minuto e venceu em San Mamés por 0x2, garantindo não só a conquista dos 3 pontos, como o apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões quando ainda faltam disputar duas jornadas no grupo H.
Ao intervalo o 0x0 permanecia no marcador, mas os dragões já mereciam estar em vantagem, tendo estes desperdiçado uma grande penalidade na etapa final da primeira parte, com Jackson Martínez a rematar à barra. Porém, no segundo tempo, os comandados de Julen Lopetegui conseguiram manter a posse de bola e o Athletic Bilbao longe da sua baliza durante grande parte do encontro, acabando por chegar ao 1x0 por intermédio de Jackson Martínez e ao 2x0 através de Brahimi.
Uma nota final para Brahimi. Pode ser injusto destacar apenas um jogador após uma exibição coletiva de grande nível do FC Porto, mas o internacional argelino foi o que mais conseguiu desequilibrar durante todo o jogo. A jogada para o golo de Jackson Martínez é digna de ser revista e no momento do seu golo foi oportuno, confirmando de vez o apuramento dos dragões para a próxima fase e a consequente eliminação dos bascos da Champions.
O FC Porto entrou bem no jogo e durante os primeiros 45 minutos teve uma atitude dominadora, tendo a bola na sua posse durante a maior parte do tempo, como é apanágio sob o comando de Julen Lopetegui. No entanto, para tal contou com uma postura surpreendente do Athletic Bilbao que, para uma equipa interessada apenas na vitória para continuar a discutir uma vaga nos oitavos de final da Liga dos Campeões, apresentou as linhas demasiado baixas, defendendo bem mais do que atacou.
Casemiro e Óliver Torres trabalharam muito no miolo e coube a Brahimi desequilibrar através do corredor esquerdo, pois foi pelo lado canhoto que os dragões mais vezes atacaram na primeira parte, apesar da primeira oportunidade de chegar ao golo ter acontecido precisamente após trabalho na direita, com Danilo a cruzar para o cabeceamento de Jackson Martínez ao lado.
O internacional colombiano esteve bastante ativo na frente de ataque, nomeadamente na procura da bola em posições mais recuadas para poder jogar com os companheiros. Consequência dessa atitude, o número de faltas cometidas sobre o atacante na primeira parte foi elevado e na conversão dos respetivos livres os azuis e brancos estiveram perto de inaugurar o marcador. Primeiro Maicon obrigou Iraizoz a defender em esforço para canto e depois foi Brahimi que rematou a centímetros do poste.
A formação portuguesa mantinha o controlo do jogo e Fabiano não foi posto à prova uma única vez no primeiro tempo. Pelo que fez, o FC Porto merecia chegar ao intervalo em vantagem mas, a bem da verdade, se tal não aconteceu foi por culpa própria, pois aos 41 minutos o árbitro, por indicação do juiz de linha, assinalou grande penalidade sobre Danilo. Não parece ter havido motivo para a marcação de penálti, mas mesmo assim Jackson Martínez não soube aproveitar a chance, falhando a conversão do castigo máximo. Um problema antigo, pois foi o segundo penálti falhado pelos dragões na presente edição da Liga dos Campeões.
Ernesto Valverde, treinador do Athletic Bilbao, sabia que a sua equipa precisava de conseguir mais para poder continuar a sonhar com a continuidade na Liga dos Campeões. Por isso, ao intervalo o treinador dos bascos operou duas substituições, uma delas para fazer entrar a estrela da companhia, Iker Muniain, mas não surtiu o efeito desejado.
O FC Porto regressou para a segunda parte novamente com bastante personalidade e por isso, apesar do adversário ter tentado subir mais as linhas, manteve o domínio na partida. Continuando a mandar na posse de bola, foi sem surpresa que a formação orientada por Julen Lopetegui conseguiu chegar ao golo. Com justiça, diga-se. Brahimi, com uma fantástica jogada pela esquerda, assistiu Jackson Martínez e o colombiano só teve que encostar para o fundo da baliza, redimindo-se da grande penalidade falhada.
Com o golo apontado, o FC Porto estava matematicamente apurado para a próxima fase da Liga dos Campeões (o Shakhtar Donetsk vencia o BATE Borisov) e os azuis e brancos não desperdiçaram a oportunidade de resolver já, quando ainda faltam duas jornadas para o final da fase de grupos, as contas da qualificação. A ganhar, os dragões não abrandaram e continuaram a mandar, tendo estado mais perto de chegar ao 0x2 do que os bascos ao 1x1. A exceção foi a desatenção da defesa dos dragões ais 70 minutos, quando Guillermo Fernández, na sequência de um livre, cabeceou ao poste.
Foi a única vez que Fabiano sentiu a baliza ameaçada e isso diz muito do bom jogo realizado pelo FC Porto, que acabou de vez com o jogo aos 73 minutos, quando Brahimi estabeleceu o resultado final após o relvado ter traído Iraizoz.