FC Porto derrota SC Braga
Fogo do dragão mais potente que pólvora arsenalista (2x1)
Num excelente jogo de futebol, o FC Porto retomou o caminho das vitórias e derrotou um SC Braga que caiu de pé no Dragão. Os minhotos deram excelente réplica, mas as muitas soluções do plantel de Lopetegui voltaram a fazer a diferença.
Marcano outra vez a trinco
Perante a lesão de Casemiro, foi Marcano a ocupar o vértice mais recuado do meio-campo, tal como já tinha acontecido em Lviv. Sem grande benefício para os portistas, desta vez
Continuidade foi, por estranho que possa parecer, a palavra que sobressaiu ao observar o onze de Julen Lopetegui. O espanhol, que costuma mudar várias peças de jogo para jogo, foi apenas óbvio ao chamar Jackson Martínez de volta ao onze titular.
Brahimi 'enterrou' no golo minhoto, mas redimiu-se com uma grande exibição e um excelente trabalho no segundo golo ©Catarina Morais
O mais interessante da primeira parte foi perceber que as palavras de Sérgio Conceição viraram atos por parte da sua equipa. Apresentou-se, de facto, para discutir o resultado no Dragão e não fez por menos: pressionou alto e obrigou os portistas a pensarem o jogo mais rápido.
Pode ser um pouco por aí que a história do primeiro tempo se conta. A pressão exercida pelos bracarenses pareceu ter surpreendido os portistas. À saída de bola dos centrais azuis e brancos, os minhotos subiam em bloco e fechavam as linhas de passe a Herrera e a Óliver, num excelente trabalho de Danilo e Pedro Tiba. Ora, perante a opção Marcano, que não é propriamente um jogador vocacionado para construir, os dragões tentavam fugir pelas faixas.
Quando o conseguiram, criaram perigo, embora a maioria dos lances perto da baliza de Matheus tenham surgido por situações de bola parada, como o golo, que nasceu num canto, cresceu no toque de Maicon e explodiu no desvio de Martins Indi.
Quando não o conseguiram, cometeram erros em zona perigosa que permitiram ao SC Braga encarar Fabiano de frente. Tentaram uma, tentaram duas, concretizaram à terceira e o empate era justo ao intervalo, apesar do melhor momento portista, que apareceu nos últimos dez minutos do primeiro tempo, com epicentro na bomba de Danilo à trave.
Substituições ao intervalo
Lopetegui trouxe dos balneários Rúben Neves e Juan Quintero, abdicando de Marcano e Herrera
As alterações que Julen Lopetegui fez ao intervalo eram espelho do que se tinha visto no primeiro tempo. Ao FC Porto faltava qualidade na posse em terrenos centrais e foi sem surpresa alguma que Marcano saiu de campo, tal como Herrera. Em boa verdade, o próprio Óliver estava a passar ao lado do jogo, presa fácil dos contrários.
Os melhores do FC Porto eram os laterais. Quer Danilo, quer Alex Sandro estão uns furos bastante acima esta temporada e esse é notório. Mas não são só os dois brasileiros que estão de confiança renovada.
Brahimi não encontrou o que queria
Tinha-o dito em entrevista à revista do clube e a verdade é que isso foi bastante evidente: o argelino quer marcar mais golos. Muito tentou, não conseguiu e saiu frustrado por isso
Outro que assim está é Juan Quintero. Outra vez utilizado a partir do banco de suplentes, novamente decisivo, desta feita a fazer o golo da vantagem. E, já que se fala de segunda vida, Brahimi mostrou também que eram exagerados os comentários de que estaria desgastado com a sucessão de jogos. Errado. Exemplo? A cavalgada para servir o número 10 para o 2x1.
Quintero e Brahimi fizeram o segundo golo ©Catarina Morais
Nos minutos seguintes, a sensação de que o SC Braga estaria a pagar a fatura de uma primeira parte de grande intensidade. Mas, também aí o juízo foi precipitado. A bomba que Aderlan Santos fez explodir no poste de Fabiano acordou a equipa e intranquilizou o setor portista por alguns minutos, os suficientes para o jogo partir, com lances de parte a parte e com mais perigo para a rede de Matheus.
Foi com esse intuito, para serenar o desafio e disciplinar a posse de bola, que Evandro entrou. Não foi a primeira nem a segunda vez que o espanhol fez tal substituição e o certo é que o brasileiro tem o condão de acertar a equipa, como se de um relógio se tratasse.
Ainda assim, os sustos na bancada existiram até ao fim, até ao apito final de Pedro Proença, que confirmaram o FC Porto de regresso ao segundo lugar.