O Benfica tem tido uma pré-época com pouca luz para alumiar o caminho da nova temporada. Os erros, sobretudo nas recuperações defensivas, não deixam a família benfiquista entrar em euforia. Muitas caras novas ainda sem rotinas e mais uma derrota, a terceira seguida, agora diante do Ajax, por uma bola a zero, em partida da Eusébio Cup. É certo que é tempo de pré-época mas a equipa já podia dar outros sinais.
Mais do que a vitória no primeiro duelo da Eusébio Cup após a morte de Eusébio da Silva Ferreira, Jorge Jesus queria algumas respostas para a nova temporada e a experiência que um adversário deste calibre poderia proporcionar aos campeões nacionais. Do outro lado, Frank de Boer tinha prometido uma equipa a jogar com intensidade e cumpriu.
Mesmo sem alguns dos habituais titulares, o Ajax revelou-se um adversário de peso com um onze fortíssimo.
Perante um Benfica remodelado, tendo por comparação a equipa que conquistou o título, em maio, era de esperar o melhor Ajax para funcionar como teste para a equipa de Jorge Jesus.E foi isso que se viu numa tarde de muito sol na capital portuguesa onde se voltou a lembrar o nome de um dos maiores jogadores da história do futebol mundial.
Eusébio foi golo, foi bola na rede. Porque a bola de Eusébio era perfeição e toque de magia, os seus movimentos eram classe e a sua simplicidade em campo era uma verdadeira arma das águias contra os adversários. E para Eusébio só a palavra «vencer» fazia sentido. E foi assim que o Benfica entrou no palco da Luz, embalado pelos seus fiéis adeptos. Em busca da vitória, da glória, que não chegou.
Durante todo o duelo vieram milhares de fotografias e palmas, muitas, para o King o eterno King, como era carinhosamente tratado nos corredores do futebol.
Depois de Internazionale, AC Milan, Tottenham, Arsenal, Real Madrid, São Paulo foi, agora, a vez do Ajax de Amesterdão prestar tributo no troféu de EusébioNas apostas iniciais, Jorge Jesus apostou em Artur para a baliza. A defesa teve Maxi Pereira, Sidnei, César, e Benito. No meio-campo, Ruben Amorim e Talisca municiaram o ataque que teve Salvio, Gaitán, Lima e Cardozo
Quanto ao jogo, esse, mal teve o seu começo e deu logo para ver um Benfica a não ter problemas em impor-se frente a um Ajax forte mas que apresentava algumas debilidades no seu setor mais recuado.
As equipas dividiram, ainda assim, o controlo do jogo mas seriam do Benfica as melhores ocasiões de golo no primeiro tempo. Nico Gaitán, Cardozo e Talisca tentaram sempre criar perigo junto das redes holandes.
Seria, contudo, o conjunto de Amesterdão a abrir o marcador por Ricardo Kishna, aos 41 minutos. Arrancada pela esquerda de Kishna, com César a acompanhar e quando parecia que Artur ou César iam conseguir resolver o lance houve um desentendimento entre os dois e o avançado holandês conseguiu o remate, já de ângulo difícil.
O Benfica, que não era rápido na fase de construção, tentou deixar o aviso, logo aos 50 minutos. Grande trabalho de Talisca, remate rasteiro de fora da área, bola a passar ligeiramente ao lado da baliza. Depois foi Ola John a atirar em boa posição, a meio altura, para defesa de Vermeer.
Com o avançar dos minutos, Jesus estreou Eliseu e Bebé, reforços encarnados para a nova temporada. Mas também eles tiveram algumas dificuldades em criar perigo junto das redes dos Godenzone «Filhos dos Deuses».
Até final, o Benfica ainda desperdiçou um penálti. Falta de Nick Viergever sobre Jara, no limite da área, mas ainda no seu interior. O argentino foi chamado a bater da marca dos 11 metros e falhou aquele que seria o golo do empate.
O Benfica voltou a perder na pré-época, esta foi a terceira derrota seguida.
Os adeptos ficam a aguardar, ansiosamente, a estreia dos encarnados na Supertaça Cândido de Oliveira. A 10 de agosto, em Aveiro, frente ao Rio Ave.
0-1 | ||
Ricardo Kishna 41' |