Fabiano esteve bem frente ao Sporting e guardou novamente a baliza dos dragões na Taça de Portugal perante o Atlético mas tudo indica que será Helton, o número 1 portista, a proteger as redes dos tricampeões no clássico frente ao Benfica. Se assim for, é «apenas» o 300.º encontro do internacional brasileiro com a camisola azul e branca.
As estatísticas são ainda completadas com o dado dos 198 golos sofridos, ponto inevitável quando analisamos guarda-redes, mas que até aí dão algum conforto ao canarinho: a média de Helton é de 0,66 golo/jogo e é aceitável, se tivermos em conta que Vítor Baía, o seu antecessor, fechou a carreira com uma média de 0,64.
As comparações entre jogadores são tão inglórias quanto inevitáveis... Mas neste caso tem mesmo de ser: Baía era o «Balizas» dos portistas, era e é ídolo de gerações e foi o primeiro obstáculo ao sucesso de Helton no FC Porto.
Ainda se recordam? Decorria o verão de 2005/06 quando Helton chegou ao Dragão proveniente da União de Leiria. Baía integrava o plantel, era um dos capitães e a primeira aposta de Co Adriaanse para o último reduto portista. Posto isto, o guarda-redes brasileiro sabia ao que vinha, sabia que seria suplente. Até um dia.Esse dia chegou a 11 de janeiro de 2006. Um jogo relativo à 5.ª eliminatória da Taça de Portugal, fora, no terreno da Naval 1.º Maio, foi o estímulo para a mudança. O FC Porto venceu por 1x2, Helton defendeu os 90 minutos e, sem o saber na hora, ganhou a baliza.
Na 18.ª jornada da liga, Baía ainda atuou contra o Estrela da Amadora mas não teve das noites mais felizes na Reboleira, o que deu o mote ao treinador holandês para repescar Helton na 19.ª ronda.
A meio de fevereiro, um problema físico travou a evolução do goleiro nas redes azuis e brancas e Baía regressou e jogou na Luz, saindo derrotado por um golo de Laurent Robert, que deixou mossa.
Já em março, Helton recuperou e voltou à baliza, de onde só saiu posteriormente em situações pontuais – como na 30.ª jornada de 2006/07, frente ao Desportivo das Aves, para o camisola 99 ser aplaudido e consagrado no adeus aos relvados.
Por fim, duas notas, quais curiosidades, até pela conjetura envolvente: Helton já fez 18 jogos contra o Benfica e perdeu apenas dois, em dezembro de 2009, na Luz, por culpa de um golo de Saviola, e em fevereiro de 2011, no Dragão, na meia-final da Taça de Portugal que acabou por ser 'virada' na capital. De resto, Helton tem no seu registo nove triunfos e sete igualdades perante o rival deste domingo.
Outro dado interessante prende-se com o historial de atletas do próprio FC Porto: Helton, ao atingir os 300 jogos pela formação da Invicta, aproxima-se rapidamente do top 20 dos mais utilizados de sempre pelos dragões.
Atuando este fim-de-semana, o guarda-redes fica somente a oito jogos da proeza de Sousa, a nove de Secretário, a onze de Semedo, a 15 de Rolando, a 16 de Paulinho Santos, a 17 de Frasco, a 26 de Drulovic, a 27 de Custódio Pinto, a 29 de Monteiro da Costa, a 35 de Rodolfo Reis e a 37 de Hernâni, por exemplo.
Com a renovação por mais uma temporada e contrato válido até junho de 2015, é crível que Helton chegue mesmo ao top 10 dos jogadores com mais partidas oficiais pelo FC Porto, reforçando o seu papel na história azul e branca. Mas, para já, a história conta-se assim: (quase) 300 jogos e 18 títulos.