Em 1993/94, o formato da Champions manteve-se praticamente idêntico, apenas com uma alteração, com a introdução das meias-finais, jogadas em casa do primeiro classificado do vencedor de cada grupo.
Uma das surpresas da competição aconteceu nas pré-eliminatórias que antecediam os grupos, com o Galatasaray a afastar o poderoso Manchester United. Já a fase de grupos decorreu sobre uma completa normalidade, com os favoritos a seguirem em frente: no Grupo A, o Barcelona de Cruyff e o Mónaco de Arsène Wenger seguiram em frente, enquanto o Milan de Fabio Capello foi o vencedor do Grupo B, com o FC Porto de Bobby Robson a acompanhar os milaneses na passagem às meias-finais da prova, depois de uma histórica goleada na Alemanha frente ao Werder Bremen, por 0x5.
Nas meias-finais, Milan e Barcelona eram claramente favoritos. Para além de terem mais qualidade individual e experiência, tinham o fator casa do seu lado – e confirmaram-no em campo. Em San Siro, o Milan bateu o Mónaco por 3x0, mas perdeu Costacurta, que foi expulso. Já no Camp Nou, o Barcelona bateu o FC Porto pelo mesmo resultado, com um bis de Stoitchkov e um golaço de Ronald Koeman.
Na final, o Barcelona era favorito. O famoso Dream Team de Cruyff juntara Romário aos craques já existentes no plantel e era uma máquina de futebol ofensivo. Do outro lado estava o Milan, com muitos problemas: Costacurta (castigado) e Baresi (lesionado) estavam indisponíveis para o jogo decisivo, numa equipa que também não contava com Marco Van Basten, que não chegou a realizar qualquer jogo nessa temporada devido a lesão. No fundo, era a história de um ataque arrasador frente a uma defesa enfraquecida: era essa a ideia generalizada antes do jogo.
O que se assistiu em Atenas foi a demonstração de uma enorme superioridade… do Milan. Massaro bisou na primeira parte, Savicevic marcou um golo mágico a abrir a segunda e Desailly (que tinha vencido a Champions ao serviço do Marseille na época anterior) também marcou. Resultado final: 4x0, na maior goleada das finais da Champions e, provavelmente, na mais completa exibição de uma equipa na final da prova.
Quatro anos depois, o Milan voltava a sagrar-se campeão europeu. Eram anos de ouro para os milaneses, que nessa temporada conquistaram o tricampeonato italiano. Para o Barcelona, e sem se saber na altura, este jogo significou o início do fim do Dream Team. Insatisfeito por não ter participado na final (na altura só três estrangeiros podiam entrar na ficha de jogo e Cruyff optou por Koeman, Stoitchkov e Romário), Michael Laudrup abandonaria a Catalunha no final da temporada rumo ao Real Madrid e o Barcelona tetracampeão entrou numa série de três anos sem o título espanhol.
4-0 | ||
Daniele Massaro 22' 45' Dejan Savićević 47' Marcel Desailly 59' |